IMAGINAVA SER UM ERRANTE
IMAGINAVA SER UM ERRANTE
Imagina ser um errante
E morria um pouco de solidão a cada instante.
Conversava com a tristeza
E desejava que ela cortasse a minha alma
E da dor da minha alma queria cuspir versos em chamas!
Na noite, adormecia lentamente de melancolia
E via urubus vadios rondando minha solidão.
Como se a morte fosse um rito de fantasia
Acordava no silêncio da preguiça.
Acordava com saudade da morte que fora embora,
Desejava que ela voltasse logo e, com ela a ansiedade
de morrer novamente, lentamente, quieto de preguiça!
Zé de Guedes