DO SENTIR DA SOLIDÃO
É o sal que tempera a solidão,
é o vazio que preenche essa dor,
são as lágrimas que afogam o íntimo
e o silêncio que reproduz todo som.
A poeira do tempo traz ardor aos olhos.
Os fragmentos das horas arrastam a vida.
Como retirantes os sentimentos caminham,
sem destino a passos lentos morrem sozinhos.
É o sal que tempera o verbo,
é o vazio que arrasta o tempo,
é o silêncio que molda as palavras,
o tempo move-se a passos lentos.
E o destino que não se acha
nos sentimentos que se retiram...
Por que os olhos não se abrem?
Ah essas feridas que nunca cicatrizam.