DO SENTIR DA SOLIDÃO

É o sal que tempera a solidão,

é o vazio que preenche essa dor,

são as lágrimas que afogam o íntimo

e o silêncio que reproduz todo som.

A poeira do tempo traz ardor aos olhos.

Os fragmentos das horas arrastam a vida.

Como retirantes os sentimentos caminham,

sem destino a passos lentos morrem sozinhos.

É o sal que tempera o verbo,

é o vazio que arrasta o tempo,

é o silêncio que molda as palavras,

o tempo move-se a passos lentos.

E o destino que não se acha

nos sentimentos que se retiram...

Por que os olhos não se abrem?

Ah essas feridas que nunca cicatrizam.

Aglaure Martins
Enviado por Aglaure Martins em 11/10/2010
Código do texto: T2551172
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