Inevitável
Nunca mais eu quero ficar só
Nunca mais eu quero ficar com ninguém
Se esse alguém não for você
Você não sabe o que eu passo
Não é nada comparado com o que já passei
Nem eu sei, e se eu sei prefiriria não saber
Você mexe comigo, mesmo estando quieta
Me faz ser poderoso, me faz ser poeta
Viajando na imensidão de um mundo, que eu não conheço
E nem vou conhecer
O que fazer, se eu não respiro, e continuo vivo
Se eu não durmo, e sonho acordado
Atravesso a rua, sempre para o mesmo lado
Por mais alto que eu pule, sempre caiu no chão
E mesmo sem querer, eu me levanto
Para fingir que ainda estou vivo
Ser uma célula no núcleo da solidão
Apague as luzes, para eu ficar pensando nela
Acenda as luzes, que eu vou mudar de vida
E continuar pensando nela
Eu sei o que é ser feliz
E a tristeza eu sei em dobro
A esperança nunca morre, e entra em coma
Onde segundos se tornam décadas
Décadas, que eu me lembro de não esquecer
São como as nuvens, que passam e passam
E as vezes chove, até fora de época
Consequência do aquecimento global
Tudo meu, tudo é meu, tudo é o meu fim
Mas não desista, sempre há mais para perder.