O Solitário.
São cinco para ás oito
E o relógio esta no mesmo lugar.
Os cabelos molhados de chuva
No dia cinzento que foi o hoje.
Sentado numa poltrona
Sem ter com quem falar
Os livros na estante não são mais uma compainha.
Esperando algo vir, algo chegar
Os dias rápidos passam devagar
Não há nada para fazer
Ninguém a quem amar
Querendo logo adormecer
Esperando o outro dia chegar
Se o sol aparecer talvez ajá vida.
Esta tudo tão quieto e tudo tão vazio
Um silêncio comprimindo a mente.
As rugas velhas num rosto jovem
Páginas secas, em branco, no coração
Sem sonhos anoite
Momentos de existência que deixam de existir.
São oito horas, sem ninguém, sem calor, sem sorrir.