ENGANO
Ao observar, o cume, na praia,
a imensidão das águas, das nuvens e do azul,
com as águas escuras. Fico a pensar: (...)
E antes que caia a noite
se verei teus passos a passear.
Deixando a cidade atrás,
e como testemunha o pano de arrás,
dos nossos momentos e do bem que te fiz,
por quanto bem sempre quis.
Ficam os canteiros,
obra de feitos verdadeiros,
restos daqueles seres que te entreguei,
muitas vezez na praia onde te encontrei.
Aquelas ramagens
que se tornaram aos minutos cansados,
amarelas paisagens,
como se fora presente de difuntos passados.
Sim... elas estão agora sem vida,
nenhuma delas desabrochou,
mais parece velas sem cor.
E nada a pensar sobre a antiga morada...
entra pela noite fria e calada.
Quando a escuridão se faz
não se precebe mais
avenida vazia
nem maré macia.
Ficando sem ti,
surgem as pinturas nuas,
desprovidas de seu toques,
sem acertos de bodoques.
Sem te avistar,
fico a procurar vestiduras
nas noites interminantemente escuras,
mas logo meu ser começar a falhar.
E sem esse vento,
vento sem ar,
sem me tocar,
sem som a ecoar.
Vento seco sem sinal de ti,
vento que sem notícia passa por aqui.
E eu louco à tua procura,
peço ajuda.
Oh mar: - (...) -!
E o mar para para te procurar,
as águas vão... (...) deixam passar.
E você não mais voltou,
e não sei onde se encondeu.
E ao mar e a mim enganou.
INVITÁCION. Edinaldo Formiga. Edinaldo Formiga. São Paulo: 25/09/10