POR ONDE ANDAS?

Ando
Pela terra sem passos,
Sob a chuva que molha,
Arrasto os cadarços
E piso nas poças,
Sem ter quem me ouça
Esta voz enfurnada,
Na camisa molhada
De chuva e de lágrimas,
Que fazem um só pranto. 
Ando passos na terra,
Que junta a água,
Caída do céu.
Só miro o chão,
Marcado de rastros
Daqueles que passam,
Ao lado dos meus.
Iguais solitários,
No caminho diário,
Faltam teus rastros,
Existem só passos
Que nunca são teus.