Solidão emocional

Estou irremediavelmente sozinho.

Não há apoio

De lado algum,

De absolutamente ninguém.

Afundo-me dia a dia em meu caos,

Na queima dos neurônios,

No tremor das mãos,

No branqueamento dos cabelos,

No colapso nervoso.

Doem-me os ossos, as juntas, as pernas.

Dói-me a cabeça ao levantar-me

E ao deitar-me.

Minhas noites são de insônia.

Já busquei ajuda na autoajuda

E no quadragésimo Salmo;

Mas não tenho encontrado sustentação.

Tudo é precário,

Tudo é desgastante,

Já não há perspectiva alguma.

O mal-estar tomou conta.

Foram altos meus custos emocionais,

Muito esforço em vão,

Sem retorno, nenhum retorno,

Nenhuma valorização.

Meu sofrimento se agravou

E corroeu meu cérebro.

Estou completamente só:

- Sou professor.

Maurício Apolinário
Enviado por Maurício Apolinário em 17/09/2010
Reeditado em 04/01/2016
Código do texto: T2504053
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