SUSSURANDO A MADRUGADA
Imensidão de espaços. No quarto sôfrego, olhos me perseguem,
As imensidões pelas quais absorvi, aqui estou, rei de mim,
Teu espelho gigante me condena a ti,
Pensamento meu, questão do meu instinto, opinião do chão.
Meu corpo em chamas se oferece,
Repouso eu, em cada abraço de corpo humano,
E ao tudo me refaço em alegria.
Doce e puro como o ar que insuflo em ti, idéias.
A culpa insana; alma seqüestrada.
O amor, em falhas, me recobre.
E vejo em cada passo ainda que na tua distância,
O que acontece com quem ama.
O esquecimento vislumbrou u m espaço,
Mas o teu tato de viajar em cada passo,
Prende-me sem mais querer.
Permaneces em mim como palma.
Não sei por quais motivos,
Tu te achas tão capaz de entender.
O que sei é que no âmago do meu espaço,
Todo o meu corpo deseja te ter.
Rônet Alves de Matos
Aracati, madrugada de 22 de agosto de 2010.