Na cadência da Solidão

Meu vício agora é curtir solidão, é sentir na brisa da noite um refúgio,

Acariciar os pensamentos com o pesar das horas que não passam.

Para um momento íntimo de tristeza, olhos úmidos.

Sentindo o aroma das flores, de perfumes que já não exalam.

Esta companheira não permite que eu seja feliz comigo,

Quer ainda me ver acompanhada de uma lágrima descontente.

Parece mesmo querer que eu corra perigo,

Deixando transparecer e deixando mais evidente

Que a solidão me acompanha e também um amor não findado,

Que o tempo ainda não apagou nem retirou da memória.

É como fazer moradia, erguer seu próprio legado,

De tomar-me por sua solitária, essa será sua glória.

Mas a solidão é malvada, não me permite amar,

Senão esta pessoa, que já não me deseja de fato.

E assim eu prossigo sem o nó poder desatar,

Porque a solidão tem domínio e este é o grande barato!

Vai me arrastando pela noite neste meu desatino,

De querer quem não me quer e insistir no que não pode ser.

E cá venhamos isso não é coisa do destino,

É apenas um jogo de brincar, de brincar de querer.

Mas ainda não estou só, o peito ainda pulsa,

Num suspiro dolorido prosseguindo sua luta,

De combater a solidão, com a solidão absoluta,

Sem lágrimas de companhia, por que isso o corpo insulta.

Arrebatando as poucas forças de suportar a tristeza,

De não ter a quem se ama e nem ver sua beleza.

E só querer tratar o mundo com muita, muita aspereza,

Mas as lágrimas não permitem vêem as coisas com clareza.

E assim vou seguindo com as companhias ingratas,

A solidão, e a tristeza que em presença se destaca.

Cada uma com sua cadência mais marcada,

Numa melodia triste, que a dois não pode ser dançada.

Lu DSousa
Enviado por Lu DSousa em 16/09/2010
Código do texto: T2502341
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