O lugar que não existe.
Que lugar tenho eu nesse mundo, se para onde vou, me sinto um invasor, um intruso?
O que fiz eu para não ter direito a um ninho, a um lar?
Por Deus, onde minha alma obscurecida pela dor foi morar?
Quando foi que partistes, alma minha?
Deixastes um coração e um corpo moribundo, vagando por ruas e estradas sem ter direção, sem ter um rumo.
Pois, eis que a onde vou, a solidão ali está.
Não existe um lugar para mim, pois na luz eu só enxergo trevas.
E nas trevas jamais haverá luz.
Caminho a passos lentos.
E mesmo quando corro, minha alma caminha lentamente: essa alma moribunda, não é capaz de se ver nesse mundo.
Meu coração clama por um lugar, um lar, mas esse lugar não existe e talvez nunca venha a exisitir.
E por mais que caminhe, por mais que lute, é tudo inútil: pois que minha alma jamais encontrará aqui um lar.
Minha alma pertence a um mundo distante: o país dos poetas tristes, melancólicos e irritantentemente sonhadores.