DESTERRO
E assim
Ao exílio condenei a lembrança.
Pois é de luz que preciso
Nesse efémero porvir.
O que mais distante
Neste instante
Quero eu que esteja
É essa memória de um amor exilado
Perdido entre as vagas de azul sem fim
Extinto
De vez
Na escuridão da borrasca.
E assim
Na tormenta em que se tornaram os dias
Cada momento
De cada dia
Que seja total
Se for solidão
Ou então
Simplesmente
Que não seja tal.
Que seja
Somente
Uma simples mente
Em inquietação.
E o que mais próximo quererei eu que esteja
Para além do amor exilado
Será esse olhar teu
Com que amanhece a esperança
No coração apaixonado
De um peão desterrado.