SOLIDÃO

SOLIDÃO

Velho fantasma que se faz presente,

No íntimo dos inconfessáveis desejos,

Falta o ar para alimentar,

A chama quase decadente.

A outra metade sempre ausente,

Nem liga para o que a outra sente,

Então as águas incontidas do pranto

Derrubam as pontes da emoção.

Tão triste viver neste silêncio,

Melhor ouvir os estampidos,

Da guerra entre razão e emoção,

Da luta do amor e a paixão.

Nas pétalas mortas das flores

Que foram derrubadas pelo vento

Este cruel algoz tão violento,

Ainda vejo tanto sentimento.

Sinto-me, pobre condenada,

A viver este tormento

Desfecho triste e sangrento

Quando pisas em meu jardim

Num ritmo duro, lento, violento,

Acabas com o resto de esperança,

Da sobrevivência das pétalas,

Ah! O amor passado deixou herança,

Perfume sutil no qual me embriago

Tentando exorcizar velho inimigo

Que corrói minha alma eu grito:

Socorro! E me desligo.

Aradia Rhianon
Enviado por Aradia Rhianon em 13/09/2010
Código do texto: T2496352
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.