Efeito lerdo do Lexotan que não bate

Um gole, outro gole...

Cigarros que sempre acabam na hora errada

E um Lexotan que não faz efeito

Ou fez eu eu que nem sinto

É o que resume neste momento

Todo o trabalho da existência para comigo.

Sempre me pede mais um trago

Mais um gole, mais um beijo...

No meu rádio as mesmas músicas tentam me alcalmar

A Noite que nunca muda permanece calada

A mente que nunca cala estrassalha a mudez da noite

Minha nudez se estampa no papel que agora é uma tela

Onde vejo o filme dos meus dias.

Converso com a noite bebada e espero o efeito lerdo

Do Lexotan que não bate. Não, ainda estou aqui

Esperando preenxer o espaço do papel e depois me ler

Pra parecer que alguém fala comigo

Ou que alguém está me ouvindo.

Mas isto é só devaneio da mente limitada em que estou confinado

è devaneio da mão mecânica sobre o papel em que estou confinado.

Mais um gole e o espaço está acabando.

Agora vou ler e com certeza vou gostar

Do que eu preferia não precisar escrever.

William Urick
Enviado por William Urick em 13/09/2010
Código do texto: T2495695
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