Efeito lerdo do Lexotan que não bate
Um gole, outro gole...
Cigarros que sempre acabam na hora errada
E um Lexotan que não faz efeito
Ou fez eu eu que nem sinto
É o que resume neste momento
Todo o trabalho da existência para comigo.
Sempre me pede mais um trago
Mais um gole, mais um beijo...
No meu rádio as mesmas músicas tentam me alcalmar
A Noite que nunca muda permanece calada
A mente que nunca cala estrassalha a mudez da noite
Minha nudez se estampa no papel que agora é uma tela
Onde vejo o filme dos meus dias.
Converso com a noite bebada e espero o efeito lerdo
Do Lexotan que não bate. Não, ainda estou aqui
Esperando preenxer o espaço do papel e depois me ler
Pra parecer que alguém fala comigo
Ou que alguém está me ouvindo.
Mas isto é só devaneio da mente limitada em que estou confinado
è devaneio da mão mecânica sobre o papel em que estou confinado.
Mais um gole e o espaço está acabando.
Agora vou ler e com certeza vou gostar
Do que eu preferia não precisar escrever.