Derradeiro Pranto

Hoje repensei a vida

Não mais serei infeliz

O sorriso estará no meu rosto

Num esforço oposto

Ao da tristeza que me atinge

Não mais vou chorar

No máximo, momentos de serenidade

E reflexão...

Minhas mãos seguram a tua, Deus

E não há nos meus dias espaço para tristeza

Sento-me à mesa e escrevo

Olho a tristeza com desprezo

Sinto a aspereza da vida

E revido com a maciez do sorriso

Perderia eu o juízo?

Se seria isso, então que seja

Antes isso que o ódio que esbraveja

Antes uma cerveja

Que a dor da tristeza amarga

Nesse momento tudo se apaga

A vida afaga minha cabeça confusa

Uma difusa paz

Um ar de amor que desfaz o choro

O socorro ao mal instalado

Um brado e um silêncio na sequência

A ausência do mal

Que estirpado, foge

Como gado no campo

No estrondo do derradeiro pranto

Que lava minha alma

Calma, calm, calma...

Essa é a escência da paz

Esse é o umbral da felicidade

Respiro fundo

Despeço-me do mundo de lágrimas

Viro essa página da minha vida para sempre.