A Desavinda Solidão
A desavinda solidão atormenta-me quando chega: Seu silêncio tenebroso apavora-me!
Sinto-me no olho de um furacão estagnado: minha vida gira, roda, roda, gira, e ao som da lira, torno-me um ser estacionário.
Trancafiado. Desorientado. Enfastiado. Descontente. Isolado... Em um segundo, isso em mim acontece, e na paróquia da existência, eu ergo preces.
Quem sabe do alto céu algum Santo insonente demonstre doce clemência ao doar-me parte da alegria de estar rodeado seres anjelicais.
Talvez um profano falaz se antecipe e seja o primeiro a partilhar comigo do gáudio falso de estar no inferno com demônios: não rejeitarei... .
Não quero é viver assim, sozinho, entre os espinhos do abandono, ouvindo o murmúrio de um grande nada.
Que algum ser do além ouça minha oração e resgate-me dessa solidão que já não é apenas humana, que me tire desse labirinto... Sim, labirinto... Onde a morte toca-me e eu finjo que nem sinto.
O Bruxo