Amanheci mortal.
Amanheci mortal,
saiste por uma fresta de sol,
que assola meu quarto de manhã.
És o broquel que me devolve a paz,
e ao mesmo tempo me das o inferno.
Ainda torpe e despida,
toco meu corpo impregnado de ti.
Que sensação de raiva me consome.
Por que me deixas ainda tão ávida?
Mentes quando me olhas,
aproveita-se de meus préstimos,
usurpa minha ultima gota de vida,
Vampirizas minha energia
e me desprezas aqui ainda despida de defesas,
tão sentida de amor.
Me deixas, curado de tuas dores,
e eu, fico a me torturar por cura-las.
Devia ter te deixado primeiro a sofrer minha falta,
a me chamar, noite a fora,
a ser consumido pela dor.
És possuído de enfermidades e de mau caratismo,
usa tua dor pra me arrancar piedade.
Por isso amanheço mortal,
Por que tu me levaste a alma como troféu.