Surpresas em "Morfina"...
Surpresa em Morfina (1)...
Sua boca disfarça um sorriso triste.
Seu olhar, longe... Distante!
Sua face denota o calor do sangue...
Gestos revelam o quão submerge.
Um mistério que vaga!
Que devaneia, que delira.
Indícios da confiança aflora.
Não esconde e revela...
Domina-me melancólica ternura.
Solitária do ópio, na pupila.
Minh´alma mística e sonhadora, despedaça.
Absorve a desoras...
Surpresa em Morfina (2)...
Decadente... Degenerada,
Conseqüente, também disfarça.
Sob lua vertente assombra...
Voluptuosa e ardil alma... Minh´alma.
Triste dor de meu suspiro...
Finda a carícia, perde-se em soluço... Mudo.
Fúria do efeito... Nulo.
Isento do êxtase... Do afago.
Salamandras desfalecem nas matas.
Nos braços, nas sarças.
Em vestimenta... Desnuda.
Calafrio que percorre e alucina...
Surpresa em Morfina (3)...
Provo vinho cognato.
No corpo branco e macio.
Noturna brisa... Acalanto morno.
Golpeada e sem consolo...
De encontro ao peito,
Indelével, contraditório e contrário.
Ânsia de tentar socorrer... Estremeço.
Indeciso sentimento...
Lágrimas que banham o rosto.
Na imagem imaginária do tempo.
Quatro anos falsificados de gracejo
Recuo para não sofrer dano.
Entre supostos risos ao anoitecer...
A nostalgia dissimulada sinto prevalecer.
Já não posso mais lhe pertencer!
Sou a mais necessitada... No precisar de você.
Ref. RP