Deserto de mim
Alem do horizonte
Onde nada vejo
E tudo me cega
Sangra-me a vontade do imenso
Onde tudo é vazio
Onde a noite é penumbra
E o sol, uma lenda
Há um brilho infinito
Que ja não mais alcanço
Há sonhos e planos despedaçados
Pelos espaços que ja não ocupo mais
Como dois corpos que se amaram pela primeira vez
Forjados foram os vestigios
Que nada me sobra
Onde tudo que me resta
Silêncio
Há um grito entalado
Garganta abaixo
Me calo com voz de tenor
Pelo quatro cantos
Onde me alcança a tristeza
Perseguido de agruras
Machucado corpo e alma
Sofrendo as alegrias que se foram
Escrevo um nome na areia
No pensamento um rosto
Que não reconheço mais
Desenho a lapis em folhas de papel
Que o vento leva
Ao destino que nem eu sei
Se ainda tenho