Deserto de mim

Alem do horizonte

Onde nada vejo

E tudo me cega

Sangra-me a vontade do imenso

Onde tudo é vazio

Onde a noite é penumbra

E o sol, uma lenda

Há um brilho infinito

Que ja não mais alcanço

Há sonhos e planos despedaçados

Pelos espaços que ja não ocupo mais

Como dois corpos que se amaram pela primeira vez

Forjados foram os vestigios

Que nada me sobra

Onde tudo que me resta

Silêncio

Há um grito entalado

Garganta abaixo

Me calo com voz de tenor

Pelo quatro cantos

Onde me alcança a tristeza

Perseguido de agruras

Machucado corpo e alma

Sofrendo as alegrias que se foram

Escrevo um nome na areia

No pensamento um rosto

Que não reconheço mais

Desenho a lapis em folhas de papel

Que o vento leva

Ao destino que nem eu sei

Se ainda tenho

Eder Marçal
Enviado por Eder Marçal em 26/08/2010
Reeditado em 26/08/2010
Código do texto: T2459951
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