Boca seca...

Não inventa, ó alma sem dono.

Nesse abandono deseja o impossível.

É inadmissível essa língua nos lábios,

então, sem graça encha a taça desse líquido rubro,

e perceba como molha sem sentir.

Como cansa essa inevitável estada diante do óbvio,

nesse interminável ir e vir...

Não inventa, ó coração desorientado.

Não confunda o sol que rasga as cortinas.

São finas as camadas de amor que tem,

então amontoe-as assim, sem medo da solidão,

e perceba como a boca se molha sem dó.

Distante de qualquer companhia percebo,

que quero mesmo é ficar só.

OLHOS RADIANTES
Enviado por OLHOS RADIANTES em 24/08/2010
Reeditado em 26/08/2010
Código do texto: T2456575
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.