Espectros
Eu não temo
a noite, nem
a escuridão.
Atravesso tranquila
a fria rua sem
iluminação, ouvindo
os lamentos dos
espectros, pobres
almas sem repouso,
de rostos disformes
e dedos gélidos, que
me chamam incessantemente,
querendo me contar
os seus pesares.
Porém, nada posso lhes
oferecer, pois também
eu carrego as minhas dores.
Caminhando entre os pobres
espíritos, tento não ouvi-los,
enquanto meus olhos se
acostumam às trevas que
nenhuma luz tornará
a iluminar.