Versos Vagos

Hoje por mim ninguém morreu

Nenhuma flor sequer se abriu...

Hoje o dia passou impassível

Como passa um trem de cargas.

Meus cem milhões de vulcões todos contritos...

A noite caindo, cotidiana,

Com seus pesares, seus refrigérios

– mas não por mim.

Hoje por mim nenhum motivo,

Quer fosse amor, ira ou desdém.

Nenhuma carta ou nova idéia.

Nem céu nublado ou lua cheia.

Hoje por mim só estes versos,

Estes poucos versos vagos,

Vagos de tudo – profundamente meus.