Há um Deus
Há um Deus, um anjo, uma luz
Que clama sede de justiças e bondades esquecidas.
Há um demônio forte
Vociferando blasfêmias e ódio
Vomitando frases incomunicáveis e abominadoras.
E entre eles, forças antagônicas e divinais existo.
Sobrevivo em meio ao caos, como fruto deste amor e desta ira,
E sigo sangrando, veias arrancadas
Feridas expostas, incurável dor da alma.
Vivo assim, ao meio
Dividido, dilacerado
Dor que não se cura, chaga sem final;
Antes
Um ser único, terminal,
O anti-cristo de uma era sem inicio, meio ou fim
Apenas um ser, marginal.