SILÊNCIO... NÃO CANTE

SINTO-ME VAZIA...

SINTO-ME LONGE.

LONGE DE VOCÊ... LONGE DAS RAIZES... DOS AFETOS MAIS PROFUNDOS.

LONGE DE MIM MESMA.

EM QUE MOMENTO ME PERDI?

EM QUE MOMENTO DEIXEI MEU SORRISO PAIRANDO NO VAZIO DE ALGUÉM...

OU DE ALGUM LUGAR DO MEU PASSADO?

PASSADO?

SINTO MEUS PRÓPRIOS PASSOS A ME PERSEGUIREM...

INCANSAVELMENTE, EM BUSCA DO QUE FUI.

SILÊNCIO... NÃO CANTE.

AQUI NÃO É O MEU LUGAR...

QUAL O MEU LUGAR, QUE NÃO SOMENTE O VENTRE DE MINHA MÃE?

NÃO ME RECONHEÇO...

NÃO HÁ PERTENCIMENTO EM NADA EM QUE HABITO...

NEM EM NINGUÉM.

ANDO... SEMPRE... NÃO QUERO UM LUGAR.

NÃO ME CANSO... QUERO ENCONTRAR.

E SE AS LÁGRIMAS RETORNAM AO SEU LUGAR, SEMPRE COMUM...

MINHA FACE A RENEGA... COMO DE COSTUME.

E ASSIM... SORRISO FEITO DE CONCRETO E LÁGRIMAS

REVELA O QUE NÃO FUI... O QUE NÃO SOU... O QUE ME NEGO A SER.

PERMANEÇO QUIETA.

SILÊNCIO... NÃO CANTE.

Karla Mello

Setembro/2009

Karla Mello
Enviado por Karla Mello em 24/07/2010
Reeditado em 16/12/2022
Código do texto: T2396162
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