Inteiros divididos
Silêncio,
meu coração chora desgarrado
como uma criança que virou gente grande antes da hora,
feito uma noite que nasceu acordada e virou o sol do dia.
Parto talvez deixado de toda estrada tua
e quando adormeço acho-me na rua,
se vivo, sei que me é chegada a morte antes do tempo...
Sofrer está nas lágrimas dos meus sorrisos
mas se fico sinto-me esse homem ido,
voltado do futuro em quase tudo, em quase nada...
Febricitam-me desejos ardilosos
e em tua boca morre a nossa história
porque dizes por ela o indizível demeritório
achado nos santos dos infernos do nosso sacrifício.
Não podemos ser um do outro nunca!
Tu és de minha oração apenas a tua fé
e eu sou mesmo assim teu homem e tu minha mulher,
mas de nós em nós, não há mais quase nada.