O homem sem alma
Estava destinado a viver e andar errante, sempre e cada dia de si mesmo mais distante.
E em trapos, ia juntando os cacos de uma história, cuja trajetória parecia ter sido forjada do fim ao início.
Isso é só o começo, do fardo talhado naquela mente, de uma lembrança só e evidente que deveria lhe habitar.
E assim, vivia à sombra do dever, mergulhado na incerteza do não ser, sem certeza do que sobrevirá.
O homem ia caminhando a passos lentos, olhando atento o rumo que seguia ao encontro do nada.
E assim a alma que habitava o homem não vivia, apenas em seu corpo vagava.