SOLITÁRIAS, MAS FELIZES

Dentro delas, plenitude.

Fora, o aceite despido;

No seu reino de quietude

O amor é bem vivido.

Não lhes dói a solidão,

Nem habitam na loucura,

Não lhes cabe a razão

Do viver pela textura.

Solitárias, mas repletas

De prazeres e de sedes,

E se dão sem horas certas

Dentro das suas paredes.

Seus silêncios são passeios.

Matam penas, plenas, calmas,

Despem o corpo aos asseios

E se vestem para a alma.

Se por trás há solidão,

Dos disfarces são atrizes,

Vivem com ou sem paixão,

Assim são e são felizes...

Homens sós - são infelizes:

Forjam regras e redomas,

São movidos por matizes,

Só sensíveis por aromas.

Nos seios deles, o delas;

Os seus ventres na libido,

Suas curvas, suas telas,

Vistas para um só sentido.

Seus internos são negritos

Só expostos nas penúrias,

E daí, põe-se aos gritos

Em seus pitos e lamúrias.

São mais fracos, dependentes;

E tombam em cada partida,

Elas choram mais frequente,

Mas são fortes na saída.

Vilmar Daufenbach
Enviado por Vilmar Daufenbach em 16/07/2010
Reeditado em 26/08/2010
Código do texto: T2381530