SOLITÁRIAS, MAS FELIZES
Dentro delas, plenitude.
Fora, o aceite despido;
No seu reino de quietude
O amor é bem vivido.
Não lhes dói a solidão,
Nem habitam na loucura,
Não lhes cabe a razão
Do viver pela textura.
Solitárias, mas repletas
De prazeres e de sedes,
E se dão sem horas certas
Dentro das suas paredes.
Seus silêncios são passeios.
Matam penas, plenas, calmas,
Despem o corpo aos asseios
E se vestem para a alma.
Se por trás há solidão,
Dos disfarces são atrizes,
Vivem com ou sem paixão,
Assim são e são felizes...
Homens sós - são infelizes:
Forjam regras e redomas,
São movidos por matizes,
Só sensíveis por aromas.
Nos seios deles, o delas;
Os seus ventres na libido,
Suas curvas, suas telas,
Vistas para um só sentido.
Seus internos são negritos
Só expostos nas penúrias,
E daí, põe-se aos gritos
Em seus pitos e lamúrias.
São mais fracos, dependentes;
E tombam em cada partida,
Elas choram mais frequente,
Mas são fortes na saída.