Busto meu

Lusco, me torno ao enxergar

A dor que desatina tamanha,

Sentindo-me só em estranha

Barganha. De todo horror que

Hoje trago, guardado. Agride e

Deprime o grito a ecoar em meu peito.

Atônito estou, encerrado em meu leito

Sangrando e sentindo o corte

Em minha carne branda.

Gostando, suplico pelo açoite

Esmaga o coração que sangra,

Teimoso a bater por quem não

Merece! Repito, com isto

Um momento de prece,

O penar que hoje vai

Enegrecendo

Sonhos.

Vide,

Querida! Encontro-me livre.

Despi o meu peito do que me agride.

Gritante torpor comigo não trago agora.

Ameno alívio,a angústia e a dor, extirpe.

Doente lembrança se vai com a aurora.

Dando-me alento em dias que chegam.

Suaves, cantantes, com brilho esgueiro.

Rio de Janeiro, 31 de janeiro de 2009.

Well Calcagno
Enviado por Well Calcagno em 16/07/2010
Código do texto: T2381365
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