Triste solilóquio
Entre a solidão e um segredo
vivo desacompanhado,
um tanto louco, um pouco apaixonado,
amando e desamando os sonhos do mundo.
Quando eu morrer, encontrem-me nos livros,
adornando os enredos lidos e os escritos,
como um velho furioso e manso escritor livre.
Morto, porém, em lugar nenhum jamais estarei.
Nos meus poemas vocês acharão minhas almas,
as que escrevi e as outras tantas indecifradas,
que brigavam dentro de mim para fazerem versos.
Meu coração é feito das imagens e das letras
e se minhas mãos protestam,que assim sejam
e saibam elas que o corpo inteiro foi poeta,
além da outra estrofe do meu único verso.