Sacrificio
Sacrificio
O sangue pulsa
Sem o direito de pulsar
Com coração acelerado
Sem o direito de ali estar
E a alma
dividida entre o que sou
e o que desejo ser
Sem o direito de nada fazer
E o ar que falta
O suspiro desesperado que escapa
Sem o direito de ocorrer
As palavras somem
O mundo escurece
Sem o meu direito enxergar
O que aos meus olhos desaparece
Pequenos gestos que davam vida
Agora magoam como chicotes salgados
Estalados em cima de
Uma pele queimada
Castigada pelas ações
De um coração desesperado
De uma alma perdida
Em um corpo sem forças
E o ar que falta
Apenas falta
Para sufocar
Meus gritos
Meus sussurros
Minhas palavras
Doloridas
Chicoteadas
Salgadas
Pelo sangue
Que não tem o direito
Se quer, de derramar
Nisa Benthon
8/7/2010