Estou só de fato

Agora...

De fato estou só

A caminhar pelo parque

A olhar a cachorrinha se ajeitando na cestinha da bicicleta

Estou só no lusco-fusco da tarde

Olhando um céu de pipas bailando

E andorinhas indecisas

Ouvindo uma música alta

Que não quereria ouvir

Estou só

Sem número para ligar

Sem chamada para atender

Estou só neste balanço da rede

E quase a escrever no escuro

Estou só sem grandes sonhos

No peito... quais eram minhas ilusões?

Estou só num dia de Corpus Christi

E eu não me lembro qual o significado

Disso exatamente.

Estou só

E o poste se acende

E sinto o vento ventando

A noite me abraça

A vida me beija.

Goiânia, 03 de junho de 2010.

Lígia Martins
Enviado por Lígia Martins em 05/07/2010
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