Por dentro de mim
Paredes me cercam,
Negam-me o mundo
Limitam a erupção
Do pensar profundo
Em meu orbe taciturno,
Estático e frio...
Por grilhões presos n’alma
O adejar oscila silente.
Austero limite da emoção,
Alcova a conter o cantar,
Atalha meu ser a esta dança.
Qual marcada por meu imo está,
Pela única fenda avisto
Um pássaro se recusa a voar.
Aos berros declaro comigo,
- Veja! Lá fora a vida cansa!
Rio de Janeiro, 24 de junho de 2010.