(DES) ESPERANÇA
Quando as noites morriam mais cedo
Sopraram uns ventos de outono...
Insistentes brisas...invadindo as janelas de minh'alma
Espiando pelas persianas do meu desejo...
Estremeceu-me o corpo...este suave outonar
Só te percebi quando misturou-se aos meus sonhos
E num bater de asas de pássaros
Revirou todos os meus sentimentos...
Azulou o meu céu...com tem cheiro de mar
Rebrilhou nos meus olhos um amarelado sol
Percorreu veloz ...os meus vermelhos sanguíneos
Num sopro... afastou a solidão...
Floresceu esperança no meu coração...
Por trilhares incertos, forrados de folhas secas
Vou perdendo os punhados de sonhos
Que colhi nos outonos desertos de minh'alma...
Amarelados sonhos que tento tingir de verdes primaveris
E é longo o caminho...e não sei se sigo
Deixando que as folhas cubram o chão...
Talvez me deixe cair na relva fria
E espere o mover das nuvens trazendo
Os ventos gelados que enrijeçam meu coração.
Helena Grecco
19.06.2010