Olhando a Rua
Cinza o céu, fechado o tempo.
Não pode haver do tédio
mais expressivo exemplo
nem tampouco melhor definição
daquilo que não tem remédio
e aperta, pouco a pouco, o coração
de quem pretende um dia ser poeta
mas ainda não passa de aprendiz
porque, mesmo diante da procela,
ainda tem a ilusão de ser feliz
e olhando a rua solitária e fria
que o vento ainda torna mais vazia
imagina que vê musas na janela.