Minha solidão não carece de palavras
Carece de mares imensos não navegados
De céus tão azuis por asas não voados
De noites sem a luz de uma cheia lua
De madrugadas sem pensamentos
De amanheceres sem sentimentos
De olhares tão mortos no cais
De belezas de coisas que não há mais
Carece de silêncios tão devotados
De vazios tão plenos como o infinito
Carece de algo por que se anseie
De ansiar algo que ainda seja bonito
Não carece de modo algum de poesia
Carece de um verso certo e perto
De uma rima tão pobre de tão rica
De imagens tão belas que nem ainda
Sequer foram capazes de inventar

Minha solidão não carece de ti
Nem de teus olhos e teu sorriso
De teus braços num abraço
Não carece de teus beijos
Carece deste nosso desejo
De nunca carecer dessa saudade
Que me faz assim tão solitário
Carecer tanto de ti...
Minha solidão não carece de ti
Por que em ti não me carece nada
Nem saudade e nem solidão
Apenas carece de ser essa emoção
Que torna todo o amor que se quer
Isto tudo que nos une na imensidão

(Poesia On Line, em 15/06/2010)

Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 15/06/2010
Reeditado em 07/08/2021
Código do texto: T2320460
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