@ENCONTRO IV - Vazio da alma.
Nas quatro paredes de um quarto,
busco luz nas horas manchadas,
convivo com restos da vida,
nos copos espalhados no chão.
Fumo, surto ao sabor do álcool,
faço desenhos no espaço,
nas réstias de minhas fumaças,
imagens que fogem da mão.
Padeço, choro em meu ninho,
... sozinho,
"não tenho sequer vizinho",
enjaulo-me em minha prisão.
Declamo juras de amor, sentidas,
... por latas sorvidas.
e pelo urinol,
... que suaviza e me escraviza.
Sou demônio ordinário...
... não sigo qualquer horário,
se é noite... ou se é dia,
traço goles de orgia.
Nas ilusões sou derrotado,
em desconforto, em lamentos,
no próprio VAZIO DA ALMA,
no bolor dos meus momentos.