Só "eu"
Meu próprio amor não me respeita
alimenta-me de ilusões
nisso procede minha suspeita,
“amores” são solidões!
A bondade invade o riso
vestido de um gesto de (des)graça,
dizer o que faz bem não preciso
sou apenas um ser sem ameaça.
Logo sem cobranças
amo de instante e (in)consciente
sem jamais haver lembranças
pois o Amor é Eterno e Presente.
No tocante ao meu querer
não há espelhos
nos corações alheios
que me façam parecer,
não há ilusões
só existem escolhas,
distintas imprecisões
em alvas folhas,
e os sorrisos, compensações
verdadeiras do esquecimento;
habituei-me comigo nas solidões
e superei minhas esperanças.