ciúme de si
Ciúme de si
Tão medo de amar
Indecisão de viver o amor
Tão pena de si;
De se deixar levar
Não há grito nem clamor...
O curso normal assim impedir,
Tão mesquinez
De sentir e se permitir.
Castiga tão ferozmente a possibilidade
Tão Palidez;
Tão Magoa, fere, mata
Depois é só sofrer a causalidade
Preterindo em fim, não ser amado.
Pena ingrata!
Tão deprimente vício de tristeza
Tão paz vazia, riso sem beleza
Tão falta de gosto
A doçura, a lágrima prazerosa da
Saudade. Tão tédio, odioso.
Solidão tão amarga sobremesa
Tão problema imaginado.
Tão ciúme de si mesmo,
Tão medo de perda,
Viver assim desalinado.
Destarte, tão excesso de cuidado.
Do que nem se quis receber tão medo;
Perde por nada ganhar.
E mais
Tão deliberação do outro, tão falado
Sem pensar, tão “culpar”,
Tão mundo insensato, voraz.
Tão traição dos propósitos, por inventar
Castigo da carne, tão perda para si,
Tão tristeza, no sentimento tão marcar.
Tão fel, tão veneno, tão punhal, ó! lança!
E nada de fato deixar chegar.
Consigo mesmo tão possessivo se avança,
Se não viver, nem experimentar a cena?
Não creio se poder amar
É só tu, todo (a) um (a) poema de pena!
Está fadado aqui só passar!
Tão sem cura...
Até querer enxergar. `
Conceiça Santos.