CAEM SOBRE MIM TANTAS LEMBRANÇAS

Hoje o Sol mudou de janela

E meu destino se esqueceu de urdir

Em meu peito pôs uma cancela

Para o coração de lá não fugir.

A tarde partiu tristonha

Deixou meu peito a gemer

Passam horas e se a gente não sonha?!

Nem mais o Sol vai ver nascer.

Emaranha-se na saudade a dor

Bruscamente cresce a solidão

E passa o tempo que é devorador

Que tudo destroça e leva p'la mão.

Mas eu sigo confiante,

Levo no peito uma força que nem sei!

Às vezes caminho um pouco errante

E a força fui talvez eu que a inventei.

Já se anuncia a morte do dia

O Sol varreu todo o horizonte

Deixa meu coração abatido de nostalgia

E deita-se na janela ali defronte

Chega a saudade de coisas perdidas

Dos olhos me cai uma lágrima represada

Na memória há coisas já esquecidas

E no rosto lê-se a idade que é já demasiada.

A tarde é agora de mel e canela

Despede-se de mim tal qual como a vida

Enquanto o Sol adormecendo muda de janela

O destino, vai urdindo a despedida.

natalia nuno

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