Demasiadamente Humano

 
Ônus de ser, já nem sei.
Envia-me novas e lhe envio velhas,
Pois que a poeira visita a estante,
Pois que o tempo incomoda.
A graça está no botão a eclodir em flor.
Já vai tarde o momento do fruto maduro.
É momento onde se almeja antes sementes.
Nem jardins, nem estrelas, nem céu,
Nem mares, ou oceanos, nem mesmo riachos.
Apenas o vazio, o oco que faz eco no peito.
E não tendo, não haverei de almejar,
Pois que o destino está posto; as cartas na mesa.
E por estranha melancolia vejo o cansaço.
E este acena-me com lenços brancos
E eu não o cumprimento, apenas o respeito.
O heróico é meramente humano.
A natureza divina passeia em nuvens celestes.
E eu, anjo sem asas, me arrasto no pó da terra.
Olho o infinito, olho a saudade, nada vejo.
Oro sem palavras, mas apenas com lágrimas,
Ocultas gotas de minhas vistas exaustas
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Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 01/06/2010
Reeditado em 04/04/2020
Código do texto: T2294221
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