Padecer

Qualquer coisa parece demais

Por mais simples e pequena que seja.

Um pedaço importante parece ter sido arrancado

Deixando um vazio que não pode ser preenchido.

O silêncio é tudo que se ouve

Um lamento interno quase se calando

Sentindo apenas o pulsar da respiração

Que resiste, insiste, teima em continuar.

Um peso intenso força o corpo em direção a terra

Como se estivesse sendo puxado pela força da gravidade.

A existência e o nada se confundem

Na solidão de um dia frio.

A noite se aproxima e o desconhecido se escancara

O que fazer, senão esperar o sono

Para com ele se descansar de não fazer nada?

A incerteza e a desilusão povoam o presente

Apenas um ínfimo fio de esperança

Ressoa de vez em quando

Denunciando uma possível alvorada

E um novo renascer.

Não duvido, não protesto

Não tenho força para isso.

Mas ainda espero.

Luiza Rosa
Enviado por Luiza Rosa em 22/05/2010
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