AVENIDAS DA VIDA


Aquele foi um dos dias de minha vida
Em que me senti humanamente só
As multidões que passavam por mim...
Faziam com que me sentisse assim

Eram homens, com rostos e feitios diferentes
Alguns estampavam em suas faces a amargura
Outros, o riso solto!...Como a debochar da vida
Muitos levavam pelas mãos na avenida
O resto e deixavam o rastro...De suas miseráveis sinas.

Poucos tinham nos lábios a marca da doçura
Pois a maioria despejava o fel da loucura
E na incerteza que a vida lhes reservava
Por não vislumbrar o seu amanhã...apenas passavam!

Eram, indiscutivelmente, passageiros sem rumo
E meus pensamentos tornaram-se seus companheiros
Meus olhos!...
Uma máquina fotográfica que registrava tudo
Por ter consciência que aquele era meu mundo
Sabia, que cada um tomaria uma direção diferente

E quê!...
Logo a frente existe uma encruzilhada
E eu teria que sair da avenida e entrar no túnel...
Feito por homens, todo em concreto armado
Nesse imenso buraco haveria mais corpos aglomerados
Cada um esperando para seguir o seu próprio destino
Foi nesse exato instante que ouvi alguém dizer :
-Sai do beiral, que o trem do metrô vem ai!...Menino!
Gildo G Oliveira
Enviado por Gildo G Oliveira em 21/05/2010
Reeditado em 14/10/2015
Código do texto: T2269951
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