CADEIRA DE BALANÇO
Lembro-me quando criança e brincava na rua...
Sempre via um velhinho que ficava sentado em sua cadeira de balanço
Me olhava fixo, sem sorriso, estático, sem alegria ou esperança.
Achava estranho, ele não se mexia, não ria era pálido.
Hoje, estou entendendo seu olhar fixo, tímido e entrevado.
Pois hoje, sou eu quem observa as crianças brincando na rua
Casais de mãos dadas
Sorrisos soltos com pulos de alegria
Que maravilha...
Ser jovem é muito bonito mas poucos aproveitam seus momentos
Talvez hoje eu tenha as respostas das quais eu fazia quando criança
Sobre aquele velhinho sentado em sua cadeira de balanço.
Ele se foi e acredito eu ter tomado seu lugar
Pois fico horas admirando a felicidade das crianças
E lembrando que um dia já tive esses momentos mas não soube aproveitar
Já brinquei, pulei namorei, casei tive filhos, mas hoje estou só
Não sei se largado, abandonado ou condenado a morrer assim
Numa cadeira de balanço com muitas crianças olhando para mim.