Lua Crescente.

As estrelas hoje estão caladas

E a fria noite tão imaculada

Lua esplendorosa solitária

Encaixa o perfeito tom da melancolia.

Oh Deus! onde está a minha alma,que dos lírios se afastou,

sem amor,sem alegria.

Traiçoeira noite fria

Em uma mente tão amada.

Envolve o chão,as paredes,a agua.

As paredes.

Ah! Estes blocos presos,duros, vulneráveis.

Ah! Miseráveis!

Porque insistem em prender tanta agonia?

E a solidão.

Prendem também os sonhos.

E o teto a minha visão.

Mas não posso.

Porque me esconde as estrelas?

Me prende longe dessas lágrimas espalhadas,plantadas no céu.

E algumas delas são minhas.

Não posso chorar o meu pranto?

Desalento Maldito!

Onde está o meu vento?

Desgraçada parede que amarga sem sentido.

E não e traz meu canto.

E a lua.

Tão branca

Tão pura

Tão santa,inconsciente de mim.

Não minhas estrelas.

Estas me escutam,mesmo que às vezes me deixem a falar sozinha.

E igualam sua solidão à minha

Em palavras conversadas no olhar!

E ainda este chão em quem me deito,e mais parece o meu leito,

mãos descansam ao peito.

E a minha consciência não descansa,mas desaba no infinito.

Agora eu não me sinto bem

Simples assim.

Porquê?

Ah! não sei!

É tão complexo.

Oh porta!,a quem chamo dádiva,que deixa que entre o vento,

que abre o céu imenso,

que esparrama as lágrimas brilhantes,ao lento caminhar de um sonho que se concretiza na imensidão.

Vede mundo,como são simples os meus sonhos.

Como são belos os meus amores.

E como são trágicas as minhas dores.

Isso que chamo liberdade ,é bem mais que uma saudade,

é tão mais que uma maldade,

uma peça do destino.

Quisera eu amar os dias ,e o sol que brilha,e que tem como sua

companhia todos os ambulantes corpos que aquecem sonhos.

Noite fria,escura,cheia,vazia.

É a ti que amo

Frios estão meus braços,o meu corpo

Escuros estão meus olhos.

E minha alma...nem se fala!

E não sofro sozinha.

Oh lua,feita de ilusões,de quem são as lágrimas que te preenchem

algumas noites]

Tão cheia.

Vazio coração

Céu profundamente estranho e superficial.

Raso.

Que me diz,lua indecisa,de minha vida serena?

Sim,Vida.

E onde se encontra paz?

És moça ainda porque sempre mudas!

Muda rosto,forma,corpo,grandeza

E és tão pequena!

Eu insignificante na terra.

E tu esquecida no céu.

Não, ninguém se importa.

Oh! que sorte tem o sol,que vê sonhos,que aquece e traz alegria.

E você lua cheia,lua vazia.

Traz seu pranto,seu frio,sua monotonia.

E não vê ninguém.

E sou eu como tu

mas não me importo

Tenho a ti como companheira todas as noites.

Quem mais te olha assim?

Mostre-me para que eu possa juntar meus pesares ao dito,e deixaremos deitados mortos os nossos tormentos.

Noite Fria.

Como gosto de ti!

És mais sombria que meu próprio ser.

E quando ele não te vê,é que se esconde de mim?

Nessas noites,tudo parece caos,estranho!

Diga,já pensaste em lançar-se ao mar,com quem vive a cortejar?

Acho que gosta de sofrer.

Mais uma vez digo que sou eu como você.

E este é o ponto,tenho medo de me jogar.

É tão escuro e profundo o mar.

E traiçoeiro.

Prefiro o terreno,o firme.

E o Luar?!

Não sei porque gosto de ti.

Se me interessam as coisas que não mudam.

Me cansa essa permuta.

Fique quieta

Fique fria

Fique MUDA

Mas não mude!

Vele meus sonhos acima de meu teto,envolva minhas paredes,

e se deite comigo em meu leito,e reconhecerei o mesmo tormento,dormindo em turbulenta paz meu coração.

Kézia Maia
Enviado por Kézia Maia em 18/05/2010
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