Enfim...chorar !
Por que não vem, inspiração ingrata ?
Por que não mata , de uma vez
Essa errante sombra de aflição ?
E por que não encerra neste mundo frio
Mesmo que seja, um pequeno rio
De águas límpidas, portadoras de mais emoção ?
Ahh ! música terna, sonora e livre
Por que não revive cada centelha do que se foi ?
Por que não cai essa lágrima que brota
Tímida e fria, em agonia por entre tantos véus ?
Por mais que doa, nem mais perdoa
Tantas crises envelhecidas, entristecidas
levando por terra a fria guerra que nasceu para ficar.
Ohh ! anjos benditos, fazem-se infinitos
Velhos conflitos que hoje cismam em versejar
Voejem, planem livres, por sobre mim
E façam o fim da temível dor de agonizar
Pra que falar se nossos olhos se comunicam
Tão bem explicam as reticências de cada passo
Mas o que faço neste umbral, se o maior mal
É não poder entrar...me apossar de tudo que está lá
Bem protegido, por Deus ungido a esperar.
Agora sim... o que me resta
Após a festa de um coração aflito
Agora sim...
Deste conflito
Resta enfim, chorar !