O Mar
Sob o horizonte
A leste de nada
Uivando no vento (solto no ar)
Surge altivo e penetrante (o mar)
Envolto na brisa
Que sussurra de mansinho
Um canto, um pranto
Resvala, revolve e desliza
Ao longe, ligado no movimento
Esquecido de tudo
Largado ao relento
Paira meu ser (absorto e mudo)
Ao redor, por toda a praia
De incontáveis grãos
Corpos são armas
Que assassinam meu silêncio
As aves do céu testemunhas
Que compartilham comigo
A doce meditação
Tentam em vão exterminar
O vendaval de castigo
De quem só deseja o mar