Estações... Passageiras
De repente você...
Chuva de verão,
Chegou, fez chegada depressa,
Riscou meu espaço, arco-íris.
Azul também menina,
Virgem nos arcos dos meus olhos,
Aos seus, brilho no brilho,
Cor pela cor,
Falaram de amor.
A linguagem silenciosa não quebrou,
Não profanou o instante.
De repente primavera,
Irmã do outono
Acasala dor ao inverno
Querendo o verão,
Verão dos amores, de sol escaldante,
De chuva ligeira
Do arco íris... De repente, você.
Foi pausa, foi tempo,
Jogo, penumbra na paz,
Na voz cravejada pela prece,
Pedido, desejo na saudade que chorava,
Na solidão que recitava poemas,
Enquanto o tempo de repente acontecia,
Em tudo que ia acontecendo.
De repente eu o rei,
O menino entre arcos
Na janela dos meus olhos
Súdito em súdito
Fez-se o amor tão de repente
Quanto à vida se faz em vida
O azar encontra a sorte,
E o minuto de ontem se faz agora
Mas, o de amanhã pode ser a morte.