PEDAÇOS DE MIM

PEDAÇOS DE MIM

Sou corpo sem forma, sorriso sem alma,

tristeza estampada no olhar dolorido,

um grito abafado que nunca se acalma,

ferida marcada no peito sofrido.

Sou sangue que corre nas veias do amor,

sou a doce ilusão da plebe sofrida,

daqueles que choram sozinhos na dor,

ferindo os seus pés, na estrada da vida.

Sou a lágrima presa nos olhos de alguém,

desgosto velado, um sonho desfeito,

a dor mais profunda cravada no peito,

angústia na alma por não ter ninguém.

Sou a luz da verdade que o tempo mostrou,

soluços cortados por mágoa infinita,

eu sou a desdita de um amor que passou.

Revolta de alguém ao sentir-se traído.

Sou força que luta para ser feliz,

um sonho perdido, mas nunca esquecido

e o desejo de ver quem um dia me quis.

Sou tudo. Sou nada. Uma estrada sem fim.

Lembrança guardada, silente, vazia.

Passado que volta em trilha marcada.

Pedaços de mim, na voz da poesia!