um verso que me devolva

avesso ao verso

que é só verossímil

não sou versado

em imobilismos

sim pro verso farsante

sempre tonitruante

quero o verso corrupto

o verso safado

o verso vadio

o verso arredio

o verso vazado

e o enviesado também

versão de um verso

que vem assumindo

mil maneiras de sentir

quero o verso que mentir

quero o verso esculacho

quero no verso o veneno

quero o verso no tacho

de onde eu beba o poema

quero o verso problema

que me consuma ou envolva

num impossível dilema

quero o verso alfazema

onde eu cheire o poema

Rio, 05/05/2010

Aluizio Rezende
Enviado por Aluizio Rezende em 12/05/2010
Reeditado em 12/05/2010
Código do texto: T2251885
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.