Acauã

me traz a virtude,

do que a chuva me faz padecer,

me faz reinventar,

a nova pregação da juventude,

eis aqui o servo da igualdade,

nem menosprezei,

rezei por chuva,

eis aqui acauã,

o meu gavião solitário,

ele canta mas não pede a chuva pra cair,

a chuva cai espantada ao seu canto.

me faz jovial,

do que aquilo que podia ser não fui,

me traz teus evangelhos,

teus passados inacabados,

e algo que te levou pra longe,

o sertão não é sertão,

o pianista só quis morrer,

e tocou os tons de acauã,

escreveram a canção de acauã.

sempre que cantar,

torne-se fenix,

e cresça dessas cinzas em chamas,

fortaleça-me de passos fundos,

comece a reclamar,

pois eu conheci Deus,

fui ao céu em longos passos,

subindo degraus de escadas,

acompanhado por acauã,

desci ao inferno e apaguei o fogo de lá,

esse meu espirito infernal,

que tanto queima,

pedindo pro acauã voltar,

e cantar, e chover,

e apagar as minhas chamas espirituais.

Marcos Pagu
Enviado por Marcos Pagu em 10/05/2010
Código do texto: T2248416