Acauã
me traz a virtude,
do que a chuva me faz padecer,
me faz reinventar,
a nova pregação da juventude,
eis aqui o servo da igualdade,
nem menosprezei,
rezei por chuva,
eis aqui acauã,
o meu gavião solitário,
ele canta mas não pede a chuva pra cair,
a chuva cai espantada ao seu canto.
me faz jovial,
do que aquilo que podia ser não fui,
me traz teus evangelhos,
teus passados inacabados,
e algo que te levou pra longe,
o sertão não é sertão,
o pianista só quis morrer,
e tocou os tons de acauã,
escreveram a canção de acauã.
sempre que cantar,
torne-se fenix,
e cresça dessas cinzas em chamas,
fortaleça-me de passos fundos,
comece a reclamar,
pois eu conheci Deus,
fui ao céu em longos passos,
subindo degraus de escadas,
acompanhado por acauã,
desci ao inferno e apaguei o fogo de lá,
esse meu espirito infernal,
que tanto queima,
pedindo pro acauã voltar,
e cantar, e chover,
e apagar as minhas chamas espirituais.