Pragas entre Pragas

Oh noite! Tu vieste coberta de luto,

Contemplar minha pasma solidão.

Deita sobre mim um ar frio e doloso,

Vendo não bastar a celeste imensidão.

Meu corpo, um pouco do barro esculpido,

Perde toda a graça com tua chegada

Foge-me os cinco sentidos

E meu relógio no teu ponteiro degrada.

Assiste o meu enterro, desgraçada sorte vã,

Que a preciosidade do teu orgulho

É um monstro burro que rói só até amanhã

Depois virá a fome rastejando pelo chão

Roer teus olhos e triturar parte de teus ossos

Assim como fez teus dentes durante a primeira

Traição.

Nana Pedreira.

Nana Pedreira
Enviado por Nana Pedreira em 08/05/2010
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