Pragas entre Pragas
Oh noite! Tu vieste coberta de luto,
Contemplar minha pasma solidão.
Deita sobre mim um ar frio e doloso,
Vendo não bastar a celeste imensidão.
Meu corpo, um pouco do barro esculpido,
Perde toda a graça com tua chegada
Foge-me os cinco sentidos
E meu relógio no teu ponteiro degrada.
Assiste o meu enterro, desgraçada sorte vã,
Que a preciosidade do teu orgulho
É um monstro burro que rói só até amanhã
Depois virá a fome rastejando pelo chão
Roer teus olhos e triturar parte de teus ossos
Assim como fez teus dentes durante a primeira
Traição.
Nana Pedreira.